domingo, 29 de março de 2009

Reza.

Deus,
Não permita a fuga do meu eu, nem o medo da verdade, nem nada além do que baste.
Salve me do contentamento com o pouco.
Lembre-me do ser que sou e que tudo o que eu sou ama.
Permita que os meus olhos falem, que meu nariz ouça, meus ouvidos vejam, minha pele cheire e minha boca sinta o muito suficiente de que preciso para que simplesmente seja.
Que nenhum pecado vire, senão, texto. Que inspiração seja meu segundo nome. Que dores sejam todas as escadas.
Agradeço e peço sempre mais todas as chances, com as quais já me presenteia, de dizer que amo: sou incansável e quente.
Pobre daquele que não sabe quem é: antes reles que sem rumo.
Não permita que eu caia ao saber de tudo. Lembre-me que a consciência é individual e justa.
A felicidade então, será consequencia.
Amém.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Tu.

O compromisso anterior ao conjugal de cumplicidade silenciosa toma a casa nesses momentos nosos. Os passos, fechar de portas, barulho de quem bebe água, mais passos, respiração calor e pronto. Silêncio. Eu lá da cozinha mexo qualquer coisa pensando em você mesmo enquanto está todinho no prédio. Mudança de músicas, comentários nossos, visitas à cozinha.
Não entenderei nunca as moças que se prezam dessa vivencia única que sela o amor. O que for meu é seu, incluindo a paciência da transformação de qualquer coisa em comida. Arcadísmo nas entranhas, até nos momentos do exclusivo distanciamento romântico. Escolhemos por um rumo assim, a dois, mesmo sabendo dos milhares de poréns existentes. Não case cedo menina. Casei. Casei cumplicidade, companhia, silÊncio e overdose de sentimento, como você disse daquela vcez um pouco antes do começo. Se estou aqui é porque quero estar para sempre e ponto. Me entrego aos sorrisos matinais só teus, ao realismo fantástico real e mágico simultaneamente, às diversas coisas que só existem quando permitimos aos nossos olhos transparecer quem somos. Nada clichê a felicidade hoje em dia. Nada clichê o amor hoje em dia.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Hoje te olho daqui deste lugar seguro que me encontro e conto as vezes que me viu perecer. Milhares, moça. Talvez mais que todas as pessoas que eu amo junta. Eis teu destino por um acaso?
Deve olhar daí desse outro lugar alto e pensar que mais uma vez tudo se repete, como naquela vez em que confessamos todos os presentes suas encucações secretas.
Pois não pereço, sequer perigo ultimamente.
Distantes e interligadas. Quem disse que foi feito para entender?
Mil lugares.
Eu escrevo aqui e as palavras ecoam. Ninguém me lê mais porque sim. Não vivo de explicação coisa alguma. As coisas que devem ser explicadas e o entendimento acontece quando deve acontecer; por gestos, olhares, suspiros.
Lágrimas usadas assim.