quinta-feira, 31 de julho de 2008

Redescobrindo Ruas

Tudo bem que eu tinha 14 anos, estava apaixonada, com excesso poético, voltava sozinha da escola no Sol escaldante e precisava de uma distração.
A rua a qual me refiro não é bonita, não tem casas lindas, e tem o hospital onde se amontoam
todos os doentes da micro-região daqui. Mas ela tem aquilo. Aquilo que sabe que se tem, mas
não se consegue por nome nenhum. Para se acreditar é necessário abstração poética, digamos.
São 8 anos da mesma rua reta, sem sombras, sem ninguém. Só eu, alunos atrasados e motoqueiros. Mas eu gosto. Lá tem aquele que de quem se perde e acha um lugar acolhedor, sem becos escuros e caras mal encarados. Pelo menos meio-dia e vinte.
Ok. Esqueci da rua, desapaixonei, tive deficit poético, tenho milhares de distrações e tenho companhia. Mas a rua ainda surte efeito. Hoje a noite ainda estava tudo lá.
Agora com becos escuros e caras mal encarados. Mas a rua ainda surte efeito. Já eram 10 da noite. Mas a rua ainda surte efeito. A explicação é um termo geográfico. Azimute.
Nunca se está perdido quando se tem um.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pequenos Benefícios Mensais

Entre Junho e Julho:

-Voltei a conviver com Pp-u
-Voltei a estudar de forma eficaz
-Voltei a ler diariamente naquela fome
-Entrei na Lady
-Voltei a ser saudável
-Voltei a ter felicidades instantâneas e inexplicáveis



Ora ora. E eu que pensava que uma vez fora dos eixos nunca se voltava.
Sexo é Foda.
1/1

terça-feira, 29 de julho de 2008

Trivial

Procuro um sentimento que ainda não encontrei e que é diferente de todos os que eu senti. Quando encontrar, empregarei toda a minha arte nele.

Hoje, sem sentimento, só tenho que falar de coisas em slow-motion.

Dia frio e de mau humor salvo por 5 caras muito legais, umas rosnadas, umas caras de idiota, e Leaving on a Jetplane (Da Janis?) 5 vezes seguidas.
Só a música salva.
Só a música salva.


Fechando a noite com post imbecil e Pink Floyd-Sexy-Bossa.


Hey You!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Dia. Ou Feriado chuvoso e quieto.

Enquanto minha cidade ficava mais velha, eu tomei café, ri, fiz planos, favores, ouvi Bob Dylan, Janis, comi beijinho e sarapatel. Chuva, eu e a casa. Impossível felicidade maior que essa para uma segunda-feira de feriado. Amanhã 5 a.m., trabalho bobo sobre Poe, o fodão. E eu continuarei sobrevivendo.


Agora meus olhos doem e eu não entendo o porque. Foi um dia bem legal, tirando a sensação bocejo. Kay-o. Eu gosto da sensação bocejo, mas só a minha parte masoquista encubada.


Template: 75%
Escravo: 1% (Só a vontade)

Eu sobrevivo de pequenas maldições,
Eu sou resultado das minhas pequenas maldições.
Eu controlo a mudança dos minutos.
Só. Pelo menos.


Hey! Mr Tambourine man! Play a song for me?

domingo, 27 de julho de 2008

Explicação para todos os Eles

Meus bens,
Eu não posso amar vocês. Eu não sei amar vocês. Eu desaprendi a amar daquele jeito com o último que eu amei daquele jeito. Você veio todo cheio de inquietações e eu enlouqeci tanto que cheguei a pensar que fosse o único. Não foi. Mas foi o último desse jeito que você sabe. A gente precisa jogar o tempo todo, meu bem assim eu não quero. Mil regras para respeitar, mil lugares para não pisar, outros mil para pisar de levinho. Gastei toda a jogatina com você, o último que precisava de regras. Sabe, meu bem, eu não gosto de regras, só das minhas. E tinha de tudo lá, menos minhas regras. Naquela época eu ainda sentava, e ficava observando, e aprendi a te dar rasteiras rapidinho. Hoje eu domino as rasteiras como ninguém, aprendi com você. E olha que você se repetiu três vezes. Hoje eu sei dar rasteiras profissionais. Mas não sei mais amar não. Não daquele jeito. A impaciencia deu lugar à imparcialidade. Uma imparcialidade violenta e suja, como as regras de todos os jogos que você criava com a nossa vida. Não meu bem, não que você tenha feito mal, mas agora eu não tenho mais no que me apoiar. Faz muito tempo. Agora eu me tornei você. Um pedaço de você. E você virou eu. Vocês viraram eu meus bens. Têem a jovialidade da paixão que eu tive, mas eu não tenho mais. Feri todos os depois, durantes e antes. Por jogo de cintura em excesso, por racionalidade em excesso, e me aposentei dessa vida.
No início era contínuo, com pausa de, no máximo, 3 meses entre cada um. Foram 4 anos da mesma rotina. Depois o processo me incomodou ativamente por um ano que quase não passou. Cansada, a rotina cessou por dois longos anos. Retornou aos poucos fingindo-se de desentendida, e então descobri que não me esforço em alimentá-la, não mais. Os intervalos foram aumentando, as compulsões passando. Se acabar, acabarão as inquietações os temores, mas também acabará meu combustível. Que farei eu sem rotina meu bem? Sem combustível, se agora você me diz que nem eixos regem a vida? Você também tira meus eixos, assim, de graça (?). Eu poderia chorar também. Mas eu parei de chorar por essas coisas. Quem doma meu choro é a raiva, mas eu não tenho raiva. Eu tenho inércia amorosa. Perdendo oportunidades de amores que vêem do horinzonte por pura inércia. Os sentidos todos apitam, quando vêem ao longe alguém que possa ser. Mas o tempo dos meus bens passou.
Fico aqui, então, eu, meu café, os Floyd, a Janis, meus livrinhos, mais café e todas as lembranças dos tempos mor de amor, e todas as músicas que eu lembrar, que me fazem vibrar e fazem minha garganta doer e sentir falta do céu da boca tilintando, indicativo de pequenas felicidades passageiras.
Faz muito tempo.



Faz tanto tempo meu bem, que se eu soubesse, faria um livro triste de poesias.
Eu tenho medo de velhinhas assanhadas.
E eu fico esperando que aconteça qualquer coisa nesse mundo, e que peçam minha opinião.

Fim de Dia

E é exatamente assim que eu salvo meus dias. Nesse momento eu estou descabelada, como sempre. Com um vestido hippie lindo e roxo, como eu gosto. Com meu moletom azul curtinho com que eu sonhei por anos e anos e que veio até mim numa promoção de 50%. Queixo no joelho, olhos baixos, nenhuma bebida que seja. Um silêncio circulando -como se fosse sólido e circular- meu momento de silêncio mútuo, Bossa'n'Guns, a pele do meu joelho na minha boca e mais ninguém.


Eu poderia dizer que meu dia foi terrível, com duas festas fracassadas. Mas eu também posso dizer que meu céu claro terminou com dois tons de lavanda, e que o friozinho gostoso de baiano que está fazendo completa tudo o que faltou. Posso também contar da voltinha pela micro-cidade onde eu moro.





"Eu só tenho a verdade pra me defender, e você, mil detetives pra me incriminar."♪




Posso contar das músicas que eu tenho ouvido e da saudade que eu tenho sentido do que me falta. Drummond mandou dizer que pouco importa, tudo serve; a forma de usufruir não estraga ou modifica a cachaça. Mas meu recesso alcóolico acaba de se prolongar até o dia em que me CONVENCEREM.





Kay-O. Satisfeita com a idéia de que nada me satisfará nessa madrugada. Boa Noite.

sábado, 26 de julho de 2008

No capítulo de hoje: Céu cor de lavanda.





That's all.
Quem me dera acreditar em coincidências.
Kay-o.
Ontem foi o dia de 16º de friodebaiano.
Combinação de dormir:





-Short de pijama branco de florzinhas rosa;
-Camisola branca com anjinhos e babadinhos;
-Moletom rosa-choque-bebê;
-Meia olympikus cinza.













Tudo junto.
Hey Lou!
Wake up and smell the cofee.
"O dinheiro deve ser apenas o mais poderoso dos nossos escravos."

(Abel Bonnard)


Ok. Eu não sabia que meus desejos seriam realizados tão facilmente.

Template: 50%
Escravo: Já sei o caminho a seguir, só me falta o método de chegar lá.

Cheiro de Lençol. Ou Sinestesia - Parte Um.

Cheiros me envolveram e encantaram-me em todas as lembranças da minha vida. Não há memória sem um cheiro específico, independente do que se trate o cheiro. Macarronada da tarde de fantasia, aquele perfume específico da escada para o msn, shampoo Palmolive neutro, pouco importa, tudo serve. Cada cheiro abre a gaveta específica da memória correspondente, num ritual quase mágico. Cada pessoa seu cheiro. Cada lugar seu cheiro. Cada data seu cheiro. Cada música seu cheiro. Correspondência aleatória. A probabilidade de uma festa com docinhos cheirar a docinhos é a mesma de uma festa com docinhos cheirar a papel sulfite. Porém, mesmo com o instinto olfativo da minha vida, só depois de quase uma década conclui o que nos envolve com as pessoas. O Cheiro do Lençol. Cada lençol guarda em forma de cheiro uma personalidade. Poeira, doce, silêncio, alvejante Pompom, sexo, naftalina, alegria, dinheiro, desespero se misturam, desrespeitando qualquer ordem, criando uma ordem secreta que invoca o não esquecimento. Não é difícil perceber que estamos mais próximos de quem conhecemos a cama. Difícil é o resguardo e a seleção das camas que conheceremos. Aconselho a boa escolha e a reserva. As camas e os respectivos lençóis que já conhecemos nos aprisionaram para sempre. Escolher a partir de então, significa a escolha da prisão. Todo lençol tem sua própria história, e nehuma história é desperdício. Portanto, não aconselho pudor, restrição, resistência. Antes um arrependimento que uma saudade vazia.
E tenho dito.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Dia

Um dia cheio de subidas e descidas, frio, falta de fôlego, EQM, gritos, sussurros, segredos, idéias, amor. E só visitamos duas cachoeiras e um vilarejozinho daqui. Óbvio que o resultado foi
pernas doloridas. Porém minha alma foi lavada. E meu fôlego também.

Final do dia, banhinho, ensaio nulo com os novos meninos da minha vida e essa leveza da minha alma com a qual eu nunca me acostumo quando acontece. Lady Extremista.

Eu tinha algo fantástico para escrever aqui, mas vai ser só um rascunho para o futuro. Eu queria escrever sobre algo que eu não quero aceitar. Meus próprios conceitos me tornaram uma cativa, e agora eu não sei o que fazer.


P.S:Eu preciso parar de ter preguiça de existir em momentos inapropriados.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Constatações

Um dia menos frio, uma tarde menos sonífera, um livro menos empoeirado.


Constatações:


*Edgar Alan Poe é simplesmente genial. Não sei o que dizer, ele e toda aquela literatura com perfeição e pontualidade inglesa me encantaram.

*Minha professora de história não conhece Einstein, ou não adimite-o. Ela também diz que os egípcios criaram a cidade dos mortos.

*Propaganda da Nova Schin: "Pega Leve é uma atitude que você toma". Babei oceanos. Isso sim que é marketing, que qualidade de jogo de palavras!

*Jamais estudarei os Assírios e sua invasões aos Egípcios sem lembrar do pão Sírio. Analisando a morfologicamente: A- ante; Sírio- o pão da discórdia, tão detestado por esse povo.


Só citando Alice (E o Lewis, claro, um conjunto dentro do outro) eu conseguirei me expressar sobre toda a minha situação atual: "Nunca ouvi tanta tolice!".

Mas eu tenho gostado muito de tudo isso.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Eu sempre achei que completar anos deveria ter um diferencial. Não importa o que. Os anos da infância podiam dar um gostinho doce na boca, os da pré-adolescência deveriam trazer a sensação
do vento batendo no rosto quando se anda de bicicleta. Adolescência eu não consigo designar ainda. Eu, particularmente, quero um friozinho na barriga, ou que meu cabelo fique ainda mais lindo.



Pfff...os homens e seu tempo inexistente.
Essas coisas divididas abstratamente são as mais complicadas.

Edge of 17

Just like the white winged dove, sings a song, sounds like she's singing...


Não vou ficar dizendo que parece que foi ontem que eu tinha 11 anos. Porque parece anteontem.
Nunca sei exatamente o que falar sobre a velhice que vai chegando, tudo o que eu penso a respeito é piegas e sem cor. Só houve uma idade de transição de verdade, que eu pude dizer que me transformou, me fez mais feliz e aquele blablabla todo de aniversário, os 15 anos, 2006. Bem irônico. Digamos que debutei na felicidade (uma análise bem gay). Não sei porque acho que ter 17 anos é laranja. 16 é roxo e todas as outras antigas idades não tinham cor importante. Ou pelo menos não gritavam "eu tenho uma cor". O mais curioso é que eu já fui laranja, seria então
essa idade, um retrocesso? Tô nem me importando. Curando uma ressaca básica, pensando em tomar milhares de atitudes, compondo uma música, enfim, sendo feliz de verdade. É uma boa idade, imparcial como eu, tranquila e sem novidades, trivial. Só se faz 17 anos uma vez na vida, e eu vou lá ficar a tarde toda co'migo', depois estudar e continuar minha vida.

Eu só preciso de mais poesia.



segunda-feira, 21 de julho de 2008

Se alienígenas chegassem na minha sala nesse
exato momento, viriam dançar "You don't fool me"
comigo até a exaustão.

domingo, 20 de julho de 2008

Um. Ou Primeiro. Ou o Fernando e eu.

Pois bem. Cá estou eu aqui, novamente escrevendo para o público abstrato. Não iria aguentar nem mais um mês sem escrever. As atribuições aumentando, as semi-obrigações também, ou seja, mais procrastinação e agonia. Nesse momento, a necessidade literária para ter ao menos onde "gritar" renasce. Na verdade a culpa desse blog estar aqui é do Fernando. Dele e do frio infernal das terras (ex-terras?) dele, que me obriga a criar esse termo, para explicá-lo a droga da temperatura que se passa aqui, daí nasceu o nome do blog. A culpa nunca é dele, só hoje. O Fernando atiçou aquilo literário que habita em mim desde que aprendi a escrever, ou antes, faz tempo... A culpa também é minha. Eu vou alimentar esse negócio a partir de agora. Isso também vai me servir de disciplinador. Só consigo fazer coisas se começar da segunda-feira, portanto o disciplinador veio antes; no começo ele já estará me esperando para me olhar de canto quando eu pensar em procrastinar. Agora tenho os livros, os estudos gritantes para o vestibular e a música bacana que eu estou fazendo com os novos meninos da minha vida. Ahá! Agora eu faço música, e isso é uma delícia de se dizer. Vou gravar tudo aqui, tirar foto de tudo e pôr aqui e fazer todo esse pequeno mundo, agora criado, de gato e sapato. Só me falta um escravo e um template.

É bom estar de volta à velha rotina.