terça-feira, 25 de novembro de 2008

Diia.

É tudo assim.
Se fala de sexo é pervetido.
Se fala de política é quadrado.
Se fala de meio ambiente é hiponga.
Se fala de amor é babaca.
Se fala de dinheiro é unha-de-fome.
Se fala de tecnologia é nerd.
Se fala de literatura, matemática ou qualquer coisa cujo nome tenha mais de 5 letras é cabeçudo ou variantes.
Mundo chato, enfadonho.


Só a música salva.
Só o amor salva.

sábado, 22 de novembro de 2008

Queria poder te olhar nos olhos e fazer seu mundo brilhar um pouco mais.
Queria te fazer feliz, te fazer seguro, tranquilo e maduro como você me faz.
Queria te fazer melhor como você me faz.
Te sentir respirar calmamente no meu colo e saber que cuido de você.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Véspera.

Hoje de manhã eu acordei com teu cheiro.
Bem marcado, específico, que ninguém mais entenderia o significado, só eu mesma, porque sempre estive lá.
Escutei tuas músicas, nossas músicas, minhas músicas e descobri que tudo já virou uma coisa só. As músicas de nós.
O cheiro de nós.
Uma mochila com as roupas contadas, e as reservas, qualquer coisinha que me arrume.
Esperando às 9 da manhã para fazer um telefonema, depois me arrumar e ir te dar os últimos sorrisos antes da nossa primeira saudade oficial.
Aspiro ainda mais teu cheiro e meu cérebro entende fácil que você não é meu.
Está em mim, é diferente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

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Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho lindo
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

Vinícius de Moraes
Eu pensei em uma prece. Você captou e pediu primeiro.
Amém.

Pressa.

Queria resolver tudo de uma vez, mesmo que fosse necerssário um milhão de saltos de etapas, para depois sentar e curtir uma felicidade qualquer.
Logo eu que falo mal de quem aceita migalhas. Eu aceitei migalhas de mim, ora bolas.
Urgência.
Urgência.
Urgência.
Urgência.
Aprendi do pior jeito que apressado toma no cu.
Mas eu vou pagar tudo sozinha.
Naquela tarde em que acordei porque o sono acabou, encostei em ti e fiquei te sentindo respirar.
Você não é mais uma das histórias que eu inventava, um amigo imaginário que eu imaginava para não ficar só.
É complemento completo. De verdade.
Estava alí, olhos fechados, um anjo que respirava.
Melhor que amor puro, é amor vivo, concreto em carne sangue e tudo.
E você estava vivo alí, em meus braços. E não havia felicidade maior.

Inoperante

Não me lembro bem quando comecei a ter tanto medo.
Meu corpo até então agia como se eu ainda tivesse força. Não. Como se eu ainda usasse minha força. Estava errado.
Não me lembo bem quando perdi aqueles gritos, que surgiam da minha revolta quanto à qualquer coisa.
Meu corpo ainda agia como se eu me revoltasse com a crueldade, e fingia que todos os meus silêncios eram justiceiros. Estava errado.
Não me lembro ainda, quando passei a ser tão covarde.
Meu corpo ainda agia como se eu valesse algum centavo quando sou contra qualquer coisa. Estava errado.
O pacifismo tomou conta da minha alma que me levou à omissão completa do meu eu. Qualquer coisa que me levasse à tranquilidade, merecia minha omissão. Mas era só medo.
Um medo feito só de medo, não de justiça, nem de nada. De falta de mim.
Eu me perdi em algum pedaço daquele labirinto de que te falei.
Eu me perdi toda, e os meus erros, os meus medos, se transformaram numa bola de neve e caíram em cima de mim fácil. Porque nã havia uma só redenção que me apoiasse.
Me apoiei num mundo fácil de fácil saída só pro meu prazer. Só para sobreviver.
Roubei, enganei, menti. De mim, a mim, para mim, afinal.
Parei de agir.
Frente a qualquer problema só fechava os olhos e exigia a Deus um milagre qualquer que me mantesse viva, que me salvasse das coisas que eu achava não merecer. Merecia. Então, sentava do meu trono invisível e esperava.
Naquela noite, todos os meus erros sentaram na minha frente e me olharam nos olhos. E eles só existiam porque eu tinha provocado. Desespero. Não havia a mínima possibilidade de que um milagre caísse do céu para desfazer coisas já feitas, gravadas em alto relevo em pedaços da minha história. E eu não pude saber o que fazer. Só sabia esperar milagres. Não fiz nada. Desaprendi.
Todas as minhas vitórias, todas as minhas dádivas pareciam estar no passado. No tempo em que eu bordava, no tempo em que eu desenhava, no tempo em que eu costumava ser gente,do jeito que gente deve ser, no tempo em que eu costumava ser eu e me atirava na cara de quem quisesse me roubar isso.
Onde está tudo?
Uma mentira fajuta tomou conta da Lourdes que eu era, e esta, de verdade, fugiu de mim, de vergonha e nojo, e deve estar sentada lendo e tomando café em qualquer canto e cantando "Eu acho que eu deveria ir agora, ela está me esperando para se arrumar, e me dizer que está arrependida, e assumir o quanto está arrependida. Eu acho que estou queimando, e que deveria ir mais devagar, estou perfeitamente bem, só preciso deitar um pouco", como dizia aquela música que eu tanto ouço e que era um recado da antiga eu para mim mesma.
Você gritava por dentro e dizia com a dor de quem ama que me queria de volta, e eu por instantes, não entendi.
Acontece que agora eu sei que eu também quero quem eu era de volta.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Remorso.
Tenho a vida doida, encabeço o mundo, sou leonino torto, vivo de amor profundo, sou perecível ao tempo, vivo por um segundo, perdoa meu amor, esse nobre vagabundo.
Eu me vendi por uma tranquilidade passageira.

Assumo.

Ecoava na minha cabeça a frase. E você captou.
Destinados a sempre entender, a sempre estar lá.

Se eu te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão.

Você sempre sabe.

Ariadne

Muito além de demarcar o caminho é salvar a vida do perdido. Completo. Respirando lentamente puxava a linha aos poucos mesmo que isso te provocasse dor. Sereno. As verdades todas pulavam dos olhos como se não houvesse demarcação entre o lado de dentro e o lado de fora, e assim, tudo limpava o outro lado do tudo. Lágrimas do erro que simplesmente lamentava sua existência, este acompanhado do medo, completava os maus caminhos, os maus percaussos.
Tinha seperdido no labirinto cedo, para evitar que atritos corriqueiros passassem a existir, seu coração sozinho, labutava fácil na solidão perdida de curvas escondidas que haviam sido deixadas para trás num segredo traiçoeiro.
Solidão é quase como fome. Solidão é fome. E se engana do mesmo jeito: qualquer comida, qualquer companhia pela metade enche o vazio por algum tempo. Na próxima seca mais uma bobagem qualquer para saciar. Entretenimento. Fingia que não se enganava para não causar confusão. "Não procure confusão", ecoava na cabeça o conselho materno, uma obediência natural. Sofria. Muito, as vezes tanto, mas as coisas estavam inteiras. Não havia do que se queixar se gostava daquele vazio, daquele sozinho para preencher com todo o seu ser. Vaidade de poder ser melhor por reger um mundo só seu, por poder ter um mundo só seu. Mentiras, falsidades, tudo era aturado, e tornava-se poder: melhor é aquele que oferece a misericórdia. Mas secretamente, a dor doía mais. Um peito gritava os bens perdidos que não voltavam, um peito gritava a desgraça de estar só e perdido meio à todas as curvas deixadas para trás em forma de segredos em falso.
Até que um dia chegou, vindo do outro lado, um ser com barbante. Vem comigo, sorriem os olhos que falam (para quem entende), os olhos de quem vê a dor do mundo, e toda a dor acorda em susto e se perde por alguns tempos no novo medo que anscia, o medo do novo.
"Como posso eu que sofri tanto, que só agora consigo me recolher em paz, cair novamente no por vir?"
Mas os olhos sentaram e esperaram junto com todo o corpo e um carretel, o tempo transformar o medo em confiança.
Tempo.
Levantou-se calmamente - todo o medo havia desaparecido- e resolveu confiar no ser do cordão (coração que é coração mesmo nunca desiste) e enfiou-se na volta das milhares curvas de segredos, dos quais tinha fugido por tanto tempo. E embora o receio - um medo mais fraquinho- viesse ao seu lado, o ser do barbante sorria e olhava, e resolvia tudo.
O perdido não lembrava que houvesse tantas curvas, e queria cair em pranto a cada dor marcada com grau e cor nos pedaços do labirinto, mas se controlava agora que ele amava (tinha descobrido na quinta manhã da longa volta) e não se sofre para quem ama. E as curvas pioraram, os erros chegavam a sufocar, e quando não conseguiu mais ver seus dolorosos segredos, tentou dar voltas, mentir que lembrava o caminho, para desviar de tão terríveis lembranças.
O ser do barbante, porém, sabia que eram voltas falsas, mas seguiu. Até que cansou. Pegou o perdido pela mão e jogou-o cara a cara com seus erros. Não havia mais para onde fugir.
Palavras somem, água e sangue descem pelos corpos. O perdido tentava enganar a si próprio.
Pouco se sabe quando se muito se tem a dizer.
Os olhos borram. Se eu escondo a verdade é para te proteger da solidão eminente de mim.
Mas era uma solidão covarde. Tentou fugir, mas ao ver o perdido relutar em ficar, o ser do barbante ouxa-o pela mão e canta mil antigas daquelas que acordam os homens e adormecem as criças.
Meu peito dói porque eu gosto, eu me deixo doer - perdido explica. Mas não era necessário. O outro ser tinha o barbante porque sempre sabia.
Centrado, escuro , inteligente, porém covarde. O que é preciso sempre aparece. Nãohá dúvidas quando simplesmente é. Chave, fechadura.
Pega o fraco pela mão, chora (só por dentro porque não se sofre para quem se ama) e enrola de volta o barbante, aos poucos, para não assustar quem dorme.
A culpa ainda range (porque não se machuca quem se ama) mas o amor põe-a para dormir aos poucos, na cadência que os olhos deixam.
A luz pós-labirinto é a chance de poder ser num novo sistema, de claridade. Luminescência.
Poder ser sem temer. Ter uma direção para poder atirar-se sem olhar. E poder repartir o barbante para quando o outro precisar.
Se tu me salvas só por teu amor, só por existir, imagine, com grandes esforços pode até dominar o mundo que tanto quer.
Divide comigo teu barbante porque já tenho em mim um muito do que há em tí. Eu faço o teu caminho de volta se por um acaso o mundo faça tu perder-se de mim.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

3

"E eu morro de saudades no segundo sem te ver". Coração não é para os pobres. Nós sabemos bem o que fazer com o nosso.

2

E eu ouviria tuas músicas milhões de vezes, tocaria a campainha outros milhões e te olharia nos olhos provocando aqueles teus sorrisos outros milhões, só para viver mais muitos dias, só para lembrar como parece a felicidade quando ela é concreta.

1

A cada despertar, a cada mudança de tempo, a cada segundo eu penso que morrerei de saudades. Mas eu sobrevivo, eis a melhor parte.
Eu não te amo porque preciso de ti. Eu preciso de ti porque te amo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Não se pode tudo.

Mesmo que o Sol estivesse tentando desnaturar todo o meu ser, eu levava nossos segredos tatuados no meu peito, e ninguém sabia que mesmo com tanto calor eu podia ser simplesmente feliz.