segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Eu peço.

Eu peço que chova. Que chova tanto. Que caia um chovaréu daqueles que molham tudo sem destruir nada. Ou quase nada. Que chova numa madrugada nossa até quando quisessemos.
Eu peço que esfrie, até que os corpos colem e relutem em sair dalí. Peço que troveje sem dar medo, que raie sem matar, que molhe pra renascer.
Peço que se faça calor, já que se fez luz com tanta rapidez, facilidade. Peço que se complete amor naquela cadência que todos procuram.
Eu peço que esfrie cabeças e que, de cabeças frias, os corações precisem aquecer para a sobrevivência. Peço que corações ardam, queimem, estraçalhem-se no calor iminente da compensação termal.
Eu peço. Eu peço que a noite dure mais, que a noite dure o exato, e que o silêncio seja bom, satisfeito.
Eu peço que a manhã demore de chegar, e quando chegar que não atrapalhe nem corte a vibração do meu pedido de chuva. E que a chuva se acalme deixando gosto de tudo.
Eu peço que a lua seja testemunha e que não seja sonho.
Só que dure até onde os quereres podem alcançar.