sábado, 24 de janeiro de 2009

90º

Esvaziar os sentimentos fúnebres da cabeça para quem queria resolve-los, sem nenhum motivo que o tempo não desconstruísse. Uma malha enorme de questionamentos lamacentos e apocalípticos, niilistas e medrosos que só faziam suspirar quem bem entendia do bem naquela época. Não haveria explicação que convencesse, quem quer que fosse o locutor desta. Provavelmente todo ser humano tem uma idéia nata, que o faz acordar e respirar e construir enfim. A base, que jamais é desmentida. Até que alguém o encante, não necessariamente vivo, não necessariamente morto, mas que o faça mudar seus parâmetros. Ouvir, ouvir, ouvir e tentar quebrar constantemente coisas da cabeça de alguém não resolve até que ele se encante por uma coisa nova, melhor. Não acredite jamais em nenhum tipo de convencimentos simples. Humanos são movidos à fascinação, até pelo errado. Mas de que adianta reclamar se o que foi errado o encantou?
A vida nada mais é que isso, uma sucessão infinita de novos encantamentos pertubadores de base.
O que todos querem dizer com ilusão? Todo mundo sabe exatamente o que está fazendo, quando faz, só que acontecem e acontecerão infinitos outros encantamentos que farão os velhos perderem completamente o sentido.